Manejo fitossanitário de 4 doenças da couve-flor

Dentre as doenças que podem acometer o cultivo de couve-flor, temos podridão de esclerotinia, podridão negra, murcha-de-verticílio, hérnia das crucíferas

Manejo fitossanitário de 4 doenças da couve-flor

Segundo João Tessarioli Neto, professor do Curso CPT Profissionalizante Horticultor, a couve-flor é uma hortaliça asiática, introduzida no Brasil pelos imigrantes italianos. Inicialmente, a produção de couve-flor era constituída de variedades com boa adaptação ao frio, mas com o passar do tempo, novas cultivares de couve-flor foram desenvolvidas. Entretanto, algumas doenças podem acometer a cultura, o que exige do produtor um bom manejo fitossanitário.

Podridão de esclerotinia


A podridão de esclerotinia é causada por um fungo branco chamado Sclerotinia sclerotiorum, que se multiplica em condições climáticas favoráveis (temperaturas próximas a 15° C). Para combater o fungo, deve-se realizar a rotação da cultura com milho, milho doce e trigo por 3 anos (ou mais).

Além disso, deve-se evitar adubação em excesso e tomar cuidado para não causar lesões na couve-flor (porta de entrada para o fungo). Também pode ser realizado o controle biológico com Trichoderma antes da doença se manifestar.

Podridão Negra


A podridão negra é causada por uma bactéria chamada Xanthomonas campestres, que é transmitida por sementes e mudas infectadas, equipamentos contaminados, insetos e respingos de água (irrigação ou chuva). Para combater a bactéria, deve-se proceder à rotação de culturas por três anos (ou mais). Jamais se deve plantar couve-flor em áreas com restos culturais de brassicas (couve-flor, couve e repolho), principalmente se tiveram podridão negra.

Devem-se plantar sementes e mudas de couve-flor saudáveis e vigorosas, além de evitar lesões nas mudas no transplante (porta de entrada para a bactéria). Também deve-se evitar o uso de sistema de irrigação por aspersão (respingos de água disseminam o patógeno). Para combater a podridão negra, devem-se aplicar no plantio de couve-flor sulfato de cobre e hidróxido de cobre.

Murcha-de-verticílio


A murcha-de-verticílio é causada por um fungo chamado Verticillium, capaz de sobreviver no solo por vários anos. Para combater o fungo, devem ser realizadas rotações de culturas com cereais. Também pode ser feita uma biofumigação no solo com resíduos de brócolis para reduzir a população do agente patógeno.

Além disso, os equipamentos e as ferramentas contaminados devem ser devidamente esterilizados para não disseminar a doença. Devem ser usadas variedades de couve-flor resistentes à doença.

Hérnia das crucíferas


A hérnia das crucíferas é causada por um fungo chamado Plasmodiophora brassicae, que encontra condições favoráveis para seu desenvolvimento em solos ácidos, úmidos e quentes. Deve-se evitar a introdução do fungo na horta com o plantio de mudas de couve-flor saudáveis e vigorosas.

As ferramentas e os equipamentos devem ser higienizados e desinfetados continuamente. Deve-se evitar o plantio de couve-flor, em áreas com restos culturais de brassicas, principalmente se tiveram hérnia das crucíferas.

Deve-se proceder à rotação de culturas, por três anos (ou mais), para impedir que o fungo permaneça na área. Outras medidas eficazes são a calagem do solo (elevar o pH para 7,2); a solarização do solo; e a adubação verde, pois inviabilizam o desenvolvimento do patógeno. Alguns fungicidas também podem ser utilizados, contanto que se alternem os princípios ativos.

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Fonte: Seminis

Por Andréa Oliveira

Andréa Oliveira 07-04-2021

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